domingo, 31 de março de 2013

Meio

Com a vida que tenho, dita confortável por uns
Sentida, sofrida por mim, e verdadeiramente
Inóspita. Busco mudanças além das formas.

Capazes de construirmos um mundo perfeito,
Só na teoria, pois, verdadeiramente, o mundo
Fica para os que foram eleitos.
Seres hipócritas que não trazem, nem a mentira
Dentro do peito. Isso faz algum sentido?

Muitas vezes me confronto, não sei,
Quais dos eus estão certos?
O que individualiza a mudança
E não divide a herança a quem lhe fez,
Por excelência, sem escolha, sobrecarregado, pujante.
Ou o eu, muito mais próximo a mim,
Contrário, até aos meus desejos, que vê
Na necessidade igualitária popular,
Em todos os aspectos sociais, a única perspectiva
De manter a nossa ignóbil espécie viva?

Quanto mais me aprofundo, nesse mundo sem fim.
Me pergunto se seria o homem capaz, de viver, ter
E deixar também o outro ter e ser em paz?
Me pego descrente, pois algo, até então desconhecido
Porém percebido de modo inerente a todo humano
Nos torna uma espécie decadente, ausente e sem planos.

Insustentável, o sistema se mostra. Porém seremos
Capazes de modificá-lo utilizando uma coisa velha,
Que sempre se renova e nos mostra a saída da cova?
Acredito que sim, mas isso só se realizará quando
As pessoas deixarem de se(rem) bifurca(das)r.

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